Uma curitibana nos bastidores da guerra na Ucrânia

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Kelly Simões tem a missão de ajudar na intermediação, planejamento e logística para trazer filhos de brasileiros em segurança de clínica de fertilização ucraniana

         Quando a curitibana Kelly Simões tomou a decisão pelo procedimento de ter suas duas filhas pelo procedimento de barriga de aluguel na Ucrânia, nunca imaginou que nos dias atuais ela estaria envolvida nos bastidores da guerra entre Rússia e Ucrânia. E uma missão nobre: ajudar os futuros pais a terem seus filhos em segurança no Brasil.

Kelly e o marido tiveram suas duas filhas, Maria Victória e Helena, com ajuda de barriga de aluguel na clínica Biotexcom, na Ucrânia. O procedimento é legalizado naquele país, enquanto no Brasil só é possível ter barriga de aluguel com parentes próximos.

O chamamento para ajudar outras mulheres foi tão grande que Kelly decidiu se tornou embaixadora da Biotexcom no Brasil no ano passado. Hoje, além de administrar três empresas da família, ser mãe de quatro filhos e atleta de beach tênis, ela tem o compromisso de ajudar dia e noite as futuras mães do início ao fim do processo na Ucrânia. “Eu acompanho o casal do início ao fim, quando eles buscam o filho na clínica. Durante toda essa jornada, tiro as dúvidas de muitos casais e ajudo na intermediação da comunicação com a Ucrânia, uma das maiores diferenças culturais entre nós, brasileiros, e os ucranianos”, relata.


Guerra e a estratégia dia após dia Ela conta que desde que a guerra começou está diretamente ligada com as mães que estão grávidas e as que já assinaram o contrato e estão na expectativa pelo procedimento, que envolve transferência dos materiais (óvulos e espermatozóides) e FIV (Fertilização in Vitro) nas mães de aluguel. “Meu foco é nos casais grávidos que estão buscando os bebês. O nosso trabalho é arrumar toda logística de como os pais devem buscar os bebês, onde vai ser entregue, que dia o casal deve viajar, entre outros detalhes. Todo plano traçado até o momento está funcionando”, informa.

Kelly não fala em ucraniano, mas se comunica com a coordenação da clínica em português ou inglês. O fato de ter o perfil objetivo de empreendedora tem ajudado nessa comunicação, porque os ucranianos são também objetivos e claros na comunicação. “Esse é o maior desafio para os brasileiros, que ficam muito ansiosos por notícias. E eu faço essa intermediação com assuntos pontuais e urgentes e a clínica entende que, quando os aciono, é assunto importante”.

Kally também conta que nos bastidores da guerra a Embaixada brasileira em Kiyv tem sido de extrema importância. “A Embaixada brasileira está sendo muito solícita, ajudando na logística. Ela orienta sobre por onde o casal deve chegar, ficando inclusive no mesmo hotel da Embaixada, providencia todos os documentos para certidão de nascimento e ajuda inclusive no translado. Isso proporciona o mínimo de segurança em meio ao caos”, aponta.

De acordo com ela, o foco da clínica tem sido garantir a segurança das barrigas de aluguel, do parto e dos bebês. “Algumas barrigas de aluguel estão em bankers, outras em pontos de apoio em duas cidades próximas à capital e estão indo mais cedo para a maternidade”. Kelly relata que após o nascimento os bebês estão indo para babás da clínica em apartamentos que contam com a segurança do abrigo. “Os últimos bebês brasileiros que nasceram na clínica foram enviados por um casal da clínica até os pais numa cidade vizinha. Todos os detalhes precisam ser pensados para aumentar a segurança nesse momento”.

Em um cenário no qual a morte está sempre presente, a missão de Kelly tem sido trabalhar para a vida. Segundo ela, é um dia de cada vez, uma organização para cada casal brasileiro que sonha em ter seus filhos nos braços. E ela está lá ajudando a elaborar uma verdadeira estratégia de guerra para que unir futuros pais e filhos. “Eu me sinto feliz a cada missão bem-sucedida que todas as pessoas envolvidas conseguem realizar”, conclui.

via assessoria

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